O skincare em excesso é pouco falado nas redes sociais. Como profissional de beleza durante anos, me sinto responsável para abordar o assunto e levantar essa reflexão.
Primeiro vamos falar um pouco sobre esse movimento que tomou conta das redes sociais durante pandemia. O skincare nada mais é que os cuidados com a pele que devem ser feitos em casa. Tais cuidados visam a limpeza, manutenção e proteção da pele.
Com o início da pandemia o interesse pelo skincare aumentou consideravelmente. Principalmente, no Brasil. Talvez, como uma forma de preencher o tempo ocioso trazido pelo isolamento social. Quem sabe porque antes da pandemia não havia tempo para essa prática… A verdade, é que muitas pessoas encontraram no auto cuidado uma forma de manter a auto estima positiva e aliviar o estresse causado pelo momento.
Vale ressaltar que o Brasil já era um gigante no mercado de beleza, ocupando, atualmente, o 4º lugar no ranking mundial em consumo de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC). Já o crescimento do mercado de estética em geral, no nosso país, foi de 567% entre os anos de 2014 a 2019. (fonte)
Crescimento do skincare durante a pandemia
Segundo um levantamento divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) sobre os cinco primeiros meses de 2020, o interesse pelos produtos de skincare no Brasil apresentou uma alta significativa. Principalmente para os cosméticos de antissinais e máscaras. Sendo alta de 13,4% na procura de produtos antiage. Produtos para a região dos olhos cresceram 16,9%. Já as mascaram faciais, as queridinhas das redes sociais, registraram aumento de 27,2% em valores de vendas (ex-factory). (fonte)
Com esse interesse crescente, as empresas e marcas enxergaram mais uma grande oportunidade de alavancar suas vendas num momento de retração no consumo em geral. Com isso, lançaram mais e mais produtos de skincare com marketing direcionado para os desejos e necessidades atuais. Utilizando-se, dentre outros, do marketing de influência, o setor transformou o skincare num fenômeno na internet.
Skincare em excesso, pode?
Porém, pouco se fala sobre um assunto muito sério. Excesso de skincare, assim como qualquer outro excesso, pode ser prejudicial à saúde. Principalmente, à saúde da pele. Isso porque a pele possui uma camada protetora chamada de manto hidrolipídico (ou manto ácido). Esse manto é composto de “…gorduras, um lipídeo chamado ceramidas, que fica sobre a epiderme e tem a função de proteger e preservar a hidratação da pele”, segundo dermatologista Simone Neri. (fonte)
Durante minhas aulas de maquiagem e em minhas redes sociais sempre falei sobre a importância de se preservar essa camada protetora da pela para que a mesma mantenha intactos sua saúde e o desempenho de suas funções. Sendo o maior órgão do corpo a pele tem funções importantes como regulagem de temperatura corporal, proteção, eliminação de toxinas, dentre outras.
Excesso de esfoliação e uso de ácidos ou produtos de limpeza na pele, além do frequente esfregaço com as mãos, pode retirar ou desiquilibrar esse manto. O resultado são reações, alergias, hipersensibilidade, desequilíbrio do funcionamento das glândulas cebáceas (efeito rebote). Exatamente o contrário do que desejamos.
É o fim do skincare?
Em hipótese alguma. Esse movimento tende a crescer muito ainda. E eu, tanto como profissional da área da beleza, quanto usuária sou adepta e a favor do skincare. O que tende a acontecer nos próximos meses é uma maior conscientização do uso dos cosméticos. Além de se iniciar um movimento de skincare minimalista: o skin fasting. No qual, os 10 passos da rotina serão trocados pelos 3 passos fundamentais: limpeza, hidratação e foto proteção. Esses passos contém basicamente de 4 a 5 produtos, dos quais falarei em breve. Lembrando que cada passo tem produtos diferenciados para cada tipo de pele. Sempre respeitando-se suas necessidades.
Vale ressaltar que, para garantir o sucesso absoluto de seu skincare o acompanhamento de um profissional qualificado faz toda diferença. Portanto, se você tiver dúvidas sobre o que usar, apresentar algum problema de pele, alergias cutâneas ou reação a produtos, deve procurar seu dermatologista.
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Fotos: reprodução.