A beleza fora dos padrões é um tema que vem sendo muito discutido nos últimos tempos. Envolve muitas questões que estão intimamente ligadas à objetificação da mulher e o estímulo ao consumo.
Mas, os padrões de beleza também são impostos para homens e até crianças. E antes de falarmos sobre isso, vamos entender um pouco sobre a beleza.
O que é beleza para você?
“Que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental.” – Vinícius de Morais
Essa icônica frase do poeta já gerou muita polêmica. Porém, infelizmente, ou felizmente, a beleza é, de fato, fundamental. A beleza está presente em tudo: nas pessoas, nos objetos, lugares, sons, cores, cheiros.
A beleza traz bem estar e prazer. Desperta diferenças, chama a atenção e torna um “objeto” mais atraente que os demais. Transmite calma, segurança, confiança, harmonia. Por isso ela é fundamental.
No mundo moderno, a boa aparência é essencial para que o indivíduo seja bem sucedido nos diversos setores da vida: social, profissional, pessoal. Boa aparência significa sucesso, atenção, aceitação social, poder de atração. Não é necessário apenas “ser”, mas parecer que “é”. Nas redes sociais essa necessidade se torna ainda mais forte. O mundo virtual é o mundo da perfeição, da ostentação, da beleza “plástica” levada às últimas consequências.
A beleza humana cabe em padrão único?
A beleza segundo Leonardo da Vinci está baseada em proporções matemáticas. Já ouviram falar da Lei Áurea? Deixa para um próximo post.
No entanto, quando se fala em beleza humana, é possível perceber que não existe uma “medida exata de beleza”. Não existe o nariz certo, o formato de olhos perfeito, o boca correta. E sim uma harmonia de todos os traços de cada indivíduo. Algo único. Mesmo que algumas ciências sigam o tratado de Da Vinci como parâmetro, o que acontece, por exemplo, na cirurgia plástica, na medicina estética e até na maquiagem. Os traços individuais é que fazem a diferença entre as belezas humanas.
O padrão estabelecido pela mídia e pela sociedade moderna
Se a beleza humana não cabe em um padrão, por que a pressão estabelecida pela mídia e pela sociedade? Por que estabelecer uma padrão inatingível pela maioria das pessoas? (Vale lembrar que a pressão em criar padrões para beleza feminina vem desde a antiguidade). Porque o consumo se faz pelo desejo. Desejo de ser aceito, desejo de ser amado, desejo de poder e desejo de status. Deixar as mulheres inseguras e insatisfeitas com seu próprio corpo gera o consumo. Não só isso, gera a submissão.
Aceitação é a palavra chave
A não aceitação e a autoestima negativa trazem sérios problemas psicológicos/emocionais, principalmente às mulheres. Em contrapartida, lotam academias, clínicas de estética e de cirurgia plástica. O que fazer então para trabalhar a autoaceitação???
Primeiro, tirar o prefixo AUTO da palavra. Acredito que quando falamos auto aceitação, estamos nos impondo ACEITAR que estamos fora do padrão, ou seja, tomamos como nosso o padrão imposto. Lançar um novo olhar sobre a beleza talvez seja o caminho. Desconstruir os padrões. Olhar o outro de outra forma. Sem analisar sua aparência. Sem constatar as medidas de seus olhos, nariz, boca. Apenas enxergar sua beleza única. A partir do momento que se consegue ver a beleza no outro, é possível desconstruir um padrão e ver a própria beleza.
A maquiagem me salvou
Sim, já fui vítima dos padrões de beleza. Já tive a autoestima bem negativa. Me tornar maquiadora profissional e mais tarde professora de Imagem Pessoal e Maquiagem, me ajudou a enxergar a beleza alheia. Isso foi fundamental para reconstruir a minha autoimagem e autoestima.
Hoje eu desafio vocês a fazer o mesmo. Escolhi lindas fotos de belezas totalmente “fora dos padrões” e convido vocês a admirar cada uma delas.
Me digam nos comentários o que achou mais bonito em cada foto. Me contem como vocês acham que podemos derrubar os padrões. Vamos continuar essa discussão.
Fotos: Reprodução.