Controlar a fome na quarentena tem sido um dos grandes desafios nesses tempos de pandemina.
Afinal, você tem fome de quê? A pandemia de covid19 trouxe muitas incertezas, inseguranças e o isolamento social. Ficar em casa tem sido um grande desafio em todos os sentidos. Algumas pessoas tem muito trabalho, outras reclamam do tédio. Administrar a casa, cuidar da educação infantil dos filhos, lidar com o medo do desconhecido trazem consequências. Por outro lado, deixar mente e corpo desocupados geram ócio e tédio, deixando uma sensação de vazio que, muitas vezes é preenchida pela comida.
Hoje a Nutricionista Adriana Stavro explica os tipos de fome e dá dicas para ter uma relação tranquila com a comida nesse período de pandemia.
É possível controlar a fome durante a quarentena?
“Segundo Adriana é precisamos entender que a fome nem sempre é fisiológica. Às vezes ela pode se manifestar simplesmente por razões psicológicas ou comportamentais. Pode também estar relacionada com o momento atual, com o meio ambiente, com as nossas relações, com o nível de estresse, além de muitos outros fatores. Por isso é importante entender quais são os tipos de fome e a distinção entre elas. Dessa forma, vai ficar mais fácil lidar com as sensações e com as necessidades do corpo com tranquilidade e sem culpa.
Fome fisiológica: comer sem culpa para alimentar o corpo.
A fome fisiológica é a fome física. Aquela que precisamos comer para alimentar o corpo e garantir a sobrevivência. Ingerir nutrientes para o corpo realizar suas funções vitais. Ela se manifesta de várias formas como dor no estômago, tontura, dor de cabeça, irritação, falta de concentração entre outros.
Fome psicológica: comer para preencher um vazio.
Já a fome psicológica não tem relação com as nossas necessidades fisiológicas, e sim com nosso estado mental. Está diretamente ligada aos nossos desejos, sentimentos e ao nosso emocional. Existem 3 tipos de fome psicológica:
• A vontade;
• A social;
• A emocional.
Vontade: você tem fome de quê?
Diferente da fome fisiológica, a vontade aparece mesmo se você não estiver com fome. Quer um exemplo? Você liga a televisão e se depara com um bolo de cenoura em um programa qualquer. Imediatamente, se lembra do bolo de infância que a sua avó fazia. Você pode ter acabado de fazer uma refeição, estar plenamente saciado, mas sempre tem um espaço para a vontade de comer. E se não comer naquela hora, provavelmente vai ficar pensando no bolo o dia todo. A vontade é algo bem específico, você sabe exatamente o que quer comer e qual sabor, quer sentir.
Fome social: bons eventos pedem boa mesa.
A fome social é a que sentimos quando estamos em momento de festas, confraternizações, reuniões com amigos e familiares. É aquele sentimento de compartilhar o alimento, de uma conversa gostosa enquanto comemos. Você pode até não estar com fome, mas certamente vai acabar comendo, porque é instintivo e o ser humano sempre celebrou em torno da mesa.
Fome emocional: usando a comida para alimentar a alma.
O comer emocional é quando a comida se torna uma válvula de escape ou um sistema de alívio instantâneo para um, ou vários sentimentos. Para algumas pessoas a fome aumenta quando estão tristes, ansiosas, irritadas, estressadas, felizes ou entediadas. A fome emocional aparece nos momentos em que achamos que precisamos nos recompensar com algo gostoso por alguma coisa que abalou o nosso emocional. A pessoa acredita que realmente precisa comer para tentar resolver sua angústia interna. Quem nunca disse o termo clássico, eu mereço!!??
O problema é que o cérebro é esperto, e sabe que a recompensa é maior com a combinação de alimentos ricos em açúcar e gordura. Nunca ouvi ninguém falar, “estou triste vou comer brócolis”. A fome emocional nos faz ter uma relação errada com a comida. Nossos problemas não vão desaparecer se comermos um pedaço de bolo. Ele pode até trazer uma euforia momentânea, mas curar não vai.
A fome, a vontade de comer e o isolamento social.
Não temos como não relacionar os tipos de fome com o momento atual. A pandemia e a necessidade de isolamento estão nos levando a ter uma relação errada com a comida. Não porque queremos, mas porque a situação está difícil para todos nós. Vamos tentar ter uma relação tranquila com a comida. Não tenha medo da sua fome. Que tal começar a prestar mais atenção em que tipo de fome está sentindo? Você tem fome de quê? Respeite-se e cuide-se, você é a melhor pessoa para saber o que precisa nesse momento. Que tal incluir essa pergunta no seu cardápio?”
Mas afinal, o que fazer para parar de pensar em comida?
É preciso ocupar corpo e mente durante o período de quarentena. Se manter ativo e produtivo, além de desenvolver a criatividade.
No início da semana passada, dei dicas de estilo e maquiagem para preencher o tempo durante a quarentena. As dicas promovem o auto cuidado e o auto conhecimento, elevando assim a auto estima.
Além disso, existem muitas outras formas de se preencher o tempo e listamos mais algumas dicas para vocês, a seguir.
Ocupe seu tempo
- Ouça uma música: crie suas playlists preferidas, dance, cante…
- Durma bem: Estabelecer rotina e manter os horários normais de atividades e descanso é fundamental para controlar a fome psicológica.
- Leia um livro: esse é o momento de ler aquele livro esquecido na cabeceira da cama.
- Organize seu armário: a boa organização do armário vai muito além de limpeza. Acesse meu artigo e bom trabalho.
- Medite: conecte-se com seu eu mais profundo.
- Faça um curso online. Muitos cursos online gratuitos estão sendo oferecidos. Escolha o que melhor combina com você.
- Brinque com seu filho. Na verdade, quem tem filhos, nessa quarentena, não tem ócio. hehehe Além das atividades escolares que, no momento, ficaram a cargo dos pais, existem inúmeros jogos e brincadeiras para fazer com eles.
- Reze. Independente da religião, a oração traz conforto e tranquilidade à alma, além de elevar a esperança e a fé de que tudo vai passar.
Adriana Stavro: é Formada em Nutrição pelo Centro Universitário São Camilo. Pós-graduada em Doenças Crônicas não Transmissíveis pelo Hospital Albert Einstein. Pós graduanda em Nutrição Clinica Funcional pela VP consultoria, pós graduanda em Fitoterapia pela Course4U.
Parte da pauta enviada por Ana Lima Comunicação.
Fotos: reprodução.