Olá Queridas!

O post de hoje foi inspirado no programa Encontro do dia 03/07/2013 que debateu sobre a amamentação.

A amamentação é um ato de amor e doação. O leite materno possui anticorpos e substâncias capazes de nutrir e dar proteção imunológica ao bebê.

As propagandas na TV e outras mídias tradicionais mostram mulheres felizes e sorridentes amamentando seus filhos, por outro lado a sociedade cobra da mãe amamentar seu filho com facilidade e desmamá-lo em tempo determinado.

Mas, o aleitamento materno é tão simples assim?

Vou relatar para vocês minha experiência e as conclusões às quais cheguei depois de amamentar 3 filhos. Prepare-se para a leitura, porque o post é grande.

Fiquei grávida da minha primeira aos 30 anos. Assim que recebi o exame positivo de gravidez comecei a preparar meu corpo para a amamentação. Parei de passar hidratante nos seios, esfolava o bico todos os dias após o banho com a toalha em movimentos horizontais e verticais. Deixei de usar sutiã em casa para ter o atrito com a roupa e tomava sol no seios.

Assim que minha filha nasceu, a enfermeira da maternidade me ensinou a colocar o bico e toda auréola dentro da boca dela para que ela conseguisse mamar. Durante 3 dias ofereci o peito para ela sempre que chorava, de hora em hora, de meia em meia hora. O leite só desceu no quarto dia. Ela sempre soube sugar muito bem e mamava 10 minutos em cada seio, ficando satisfeita. No início mamava de hora em hora, apenas a partir do quinto mês é que conseguimos uma rotina de 3 em 3 horas. À noite, eu não a acordava para mamar e fazia o aleitamento se ela chorasse.

Não tive grandes problemas para amamentá-la. No começo o seio ficou meio esfolado, mas com 20 dias eu já conseguia amamentar sem dor ou sofrimento. Foi um dos grandes prazeres da minha vida. Amamentei minha filha até 1 ano e 3 meses, quando ela mesma resolveu desmamar.

Em 2004 fiz uma redução de mama e meu cirurgião teve o cuidado de preservar os dutos para o caso de futuro aleitamento.

Fiquei grávida do segundo filho em 2008. Como da primeira vez, comecei a preparar meu corpo desde que recebi o exame positivo de gravidez.

Tão logo ele nasceu, o coloquei no peito. Ele teve uma icterícia forte e tivemos que ser internados por 4 dias. Concomitante, tive problemas com a cicatrização do corte do parto normal (assim como da primeira vez). Sempre que ele chorava eu o amamentava, mas ele era meio preguiçoso para mamar. Dormia durante as mamadas que demoravam 40 minutos em média (era necessário fazer cócegas no seu queixo durante o processo para acordá-lo). Ele sempre sugou forte e chorava muito depois das mamadas, eu tinha a sensação de que o leite não o sustentava.

Então, no segundo mês de nascido, além do aleitamento materno, introduzi a fórmula Nan para alimentá-lo, conforme orientação do pediatra. Quando ele completou 6 meses desistiu definitivamente do meu seio com o qual ele já vinha brigando há algum tempo.

No parto do segundo, eu liguei as trompas. Em 2010 fiz mais uma plástica nos seios além de uma abdominoplastia, sutura dos músculos abdominais e uma cirurgia de hérnia. Fiquei grávida da minha última 43 dias após o procedimento.

Durante a inesperada gravidez não me preocupei em preparar os seios, pois tinha certeza que não poderia mais amamentar. Meus seios não deram nenhum sinal de produção de leite durante a gravidez. Após o parto, ainda no bloco cirúrgico, o leite desceu e amamentei minha filha. Um verdadeiro milagre! Mas, como da segunda vez, meu leite não foi suficiente (em quantidade, devido à cirurgia), introduzi a fórmula Aptamil no final do primeiro mês. Ela desmamou com 2 meses completos.

Moral da história:

-Toda mulher está apta a produzir leite e a sucção do bebê estimula sua produção; porém

– Amamentar não é tão fácil como aparece na mídia. Fatores emocionais como pressão familiar e da própria mãe, o medo de mudar o corpo, a falta de liberdade e privacidade, depressão pós parto, entre outros, podem bloquear a produção de leite. Cirurgias nos seios também podem prejudicar a produção de leite;

– Preparar os seios durante a gravidez é fundamental para evitar rachaduras e problemas com a amamentação;

– Amamentar exige um pouco de técnica tanto da mãe quanto do bebê. Toda a auréola deve estar dentro da boca do bebê, que por sua vez, deve estar toda aberta e com os lábios expostos;

– Fazer cursos de grávidas, procurar ajuda de profissionais em bancos de leite, receber enfermeiras experientes em casa nos primeiros dias, ajuda bastante a dar segurança para a mãe;

– O apoio e carinho do pai neste momento é fundamental.

Dicas para uma amamentação tranquila:

– No momento de amamentar, procure um local tranquilo, sente-se de forma confortável, utilize um apoio e coloque a barriga do bebê em contato com a sua. A cabeça dele deve estar sempre mais alta que o corpinho para evitar o refluxo.

– Massageie o peito e faça uma ordenha antes de oferecer o seio ao bebê, pois quando a mama fica muito rígida ele tem dificuldade na pega.

– Após a mamada, limpe os seios com seu próprio leite e aplique pomadas específicas como a Lanidrat para evitar rachaduras.

– Não dê ouvidos às frases do tipo: “Você não tem leite. Seu leite é fraco. Seu filho está com fome”. Siga sua intuição e lembre-se que o leite materno tem muita água em sua composição, portanto é digerido rapidamente pelo bebê.

– Não tente impor uma rotina de mamadas ao seu recém nascido. Isso acontece naturalmente com o tempo e a convivência de vocês dois.

– Curta esse momento único e mágico ao máximo.

– E, se você não conseguir amamentar, não se culpe, nem deixe que ninguém o faça. O importante é alimentar adequadamente seu filho e ter contato com sua pele. Os laços serão construídos de qualquer forma, independente do alimento que você oferecerá a ele.

Se você mora em BH poderá encontrar apoio no Leite Meu e na Maternidade Odete Valadares,.  A Drogaria Araújo oferece cursos gratuitos para gestantes, aqui.

Fotos: reprodução.