O segundo dia de SPFW 46 foi marcado por mineirices, protesto, irreverência e muita brasilidade.
Houve também uma liberdade temporal na apresentação dos desfiles. Teoricamente, essa edição do SPFW seria para mostrar o inverno 2019. Mas, vários estilistas preferiram mostrar alto verão. Isso é a democracia na moda.
Primeiro, vamos ao desfile de Ronaldo Fraga.
O estilista multifacetado, sempre com os olhos voltados para o social, o lado mais humano da moda, trouxe como referência o conflito entre israelenses e palestinos. As roupas trouxeram marcas de várias características do vestuário ortodoxo. O tecido mais usado no desfile foi o jeans, 90% algodão. Mais uma vez Ronaldo apoia o trabalho da cooperativa das bordadeiras de Barra Longa – MG, instituição com a qual trabalha há tempo. A estampa remete ao derramamento de sangue no conflito. A cor azul, à arrogância do ser humano de se sentir melhor que o outro. Ao final do desfile, um grande banquete foi montado na passarela e os modelos convidaram o público para sentar à mesa e confraternizar todos em nome do amor, da tolerância e da solidariedade.
Patbo apresenta coleção beachwear e alto verão no segundo dia de SPFW 46
Pela primeira vez a PatBo aprsenta seu beachwear no Brasil. Suas peças de alto verão já fazem sucesso lá fora e vão conquistar as praias brasileiras, com certeza. A estilista consegue agregar o bordado e o o chique da moda mineira ao cool das praias e resorts mais chics do mundo. As cores, estampas, cortes e movimento remetem à sensualidade da mulher brasileira. Uma coleção rica, colorida e super desejável.
Amir Slama apresenta uma coleção irreverente
Com peças masculinas inspiradas no beach wear feminino. Cortes como clochard, transparências em renda, lenços estratégicos, volume e muito movimento foram usados tanto nas peças femininas quanto masculinas. A paleta de cores foi bem reduzida com predominância do laranja e verde, remetendo à nossa flora exuberante. A coleção traz um perfume dos anos 70, em looks elegantes e bordados para resorts de luxo.
Reinaldo Lourenço faz um mix de décadas em sua coleção
Segundo o estilista a mistura dos anos 60, 70 e 90 resultam em 2019. Uma coleção que remete aos últimos trabalhos de Reinaldo Lourenço. A alfaiataria forte em seu DNA, aliada ao dualismo do feminino/masculino, além de fortes referências ao rock numa coleção dramática e sensual. A mistura de pesos entre o couro e a seda, as cores fortes, as linhas retas, a transparência e o movimento das peças traz uma mulher multifacetada e independente. Essa foi minha coleção preferida nesse segundo dia de SPFW 46.
Fotos: Agência Fotosite.
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