Olá Queridas!
Eu não sou crítica ou jornalista de moda, nem tenho a pretensão de vir a ser. Também não estudei moda. Não sou uma entendida do assunto.
Sou apenas uma usuária, portanto sinto moda!!! Pois a moda brinca com todos os meus sentidos: visão, tato, audição, olfato, e paladar.
Tripudia, principalmente, do meu mais estimulado: a visão.
Adoro assistir aos desfiles. A profusão de cores, texturas, cortes, detalhes e enfeites inusitados… A fluidez ou sisudez dos tecidos, o vai e vem das modelos na passarela… A trilha sonora do DJ ou das próprias roupas… O cheiro dos materiais utilizados… Tudo isso me emociona, me enebria. A beleza (maquiagem e cabelo) me entorpece.
Portanto, independente do desfile ser comercial ou conceitual, ele tem que me emocionar. Eu tenho que sentir toda a emoção de modelo, roupa e passarela se tornarem um único ser macro composto de micro células (inspirei-me em Glória Coelho) que se encaixam e funcionam muito bem, mostrando toda grandiosidade do trabalho do criador: o estilista.
Nesta edição do SPFW eu em emocionei em vários momentos. Foi difícil escolher os que eu achei mais emocianantes. Separei alguns:
Alexandre Herchcovicht: Este jovem e talentosíssimo estilista fez nada menos que três coleções distintas: uma para Rosa Chá, cuja inspiração foi roupa de ginástica e roupa íntima; uma feminina, cuja inspiração foi o leste europeu, a Geórgia e a Armênia; e a terceira, masculina, cuja inspiração foi a “senhora da foice”. Esta última apresentou alguns tecidos e padronagens parecidos com os da coleção feminina, sendo possível ver um elo entre as duas. Em todas as coleções percebe-se, claramente, a busca por novos materiais, misturas e padronagens, além do corte fantástico. Sem falar, é claro, na criatividade do styling e da beleza dos desfiles.
Samuel Cirnansck: Teve inspiração em móveis ingleses. Mostrou uma coleção com corte impecável, riqueza de detalhes e criatividade memorável. Roupas que lembravam sofás e almofadas pareciam ter sido feitas no corpo das modelos. Eu nunca vi uma mesa vestir tão bem como esta:
Glória Coelho: Se inspirou na economia e propagação de energia elétrica. Fez um cenário que lembrava as placas de teto solar. A coleção foi toda em tons claros. Utilizou meias e maquiagem que davam um efeito iluminado e tridimensional às modelos, como se fossem condutoras visíveis de energia. Em entrevista ao GNT ela confessou que se inspirou no filme Avatar para a beleza das modelos.
Huis Clos: Se inspirou na fluidez do universo feminino, com um toque de nostalgia. Eu não sei bem o que me emocionou no desfile da Huis Clos. Acho que foi todo o conjunto da obra, as cores claras, o minimalismo, a fluidez e delicadeza dos tecidos e detalhes das roupas, o styling…
Me deu uma certa melancolia…com muita elegância.
Animale: Com inspiração no tema O Tempo, utilizou como cenário e também em algumas estampas, as engrenagens de um relógio antigo. A busca por materiais e tecnologias fica clara na coleção, que teve a lã como principal material utilizado. Esta, por sua vez recebeu vários tratamentos, entre eles o aspecto desgastado com o tempo. Materiais reciclados também foram utilizados, como fitas cassestes que se transformaram em franjas. Apesar de ser um desfile mais conceitual do que comercial, as roupas tinham um ótimo caimento e vestiam muito bem.
O moicano de Isabela Capeto. Adorei este penteado!
O look vermelho de Marcos Costa para Lino Villaventura (este, sempre surpreendente):
As caveiras de Alexandre Herthcovicht feitas por Celso Kamura, com uso de airbrush.
Fotos: http://www.ffw.com.br/; www.gnt.com.br/estilo