Olá Queridas!

As roupas agêneras parecem ser o futuro da moda, conforme foi visto na SPFW 41, diferente das peças espaciais e tecnológicas que imaginávamos no passado.

apartamento05-spfw-verao17-lookbook-25-654x983

Nos anos 80, no auge da minha adolescência, imaginava-se que as roupas dos anos 2020 (estamos quase lá – hehehe) teriam um ar espacial intergalático, com tecidos altamente tecnológicos e interativos, metalizados e reluzentes – parecidos com os apresentados no desfile da Amabilis na última edição do SPFW. Mas, para nossa surpresa, o futuro chegou e as roupas estão mais normais que nunca, a não ser o fato de terem se tornado agêneras.

Nada de pânico! Apesar do nome diferente que pode assustar aos mais conservadores, as roupas agêneras ou gender neutral nada mais são do que a velha e antiga moda unissex, ou seja, peças que podem ser usadas por homens e mulheres, sem definição específica de gênero.

Na verdade, as peças chamadas agêneras são tiradas do guarda-roupa clássico masculino: são camisas, tees, blazers, sueteres, puloveres, calças retas ou alfaiataria, com corte solto ajustado ao corpo (não colado) ou amplo que podem ser usados por qualquer gênero. As cores também são unissex e neutras como preto, cinza, bege, marrom, azul.

roupas_agêneras_moda_unissex

A moda unissex era muito comum nos anos 80. Mas já não era novidade lá, pois Coco Chanel ao vestir, na década de 20, um par de calças largas inspiradas nos marinheiros, indo contra ao dress code da época, já apontava para essa tendência. Coco era adepta de peças masculinas, quebrando tabus e provocando a sociedade em seu tempo, iniciou uma verdadeira revolução da moda feminina. Se a moda unissex não tiver nascido aí, com certeza esse foi o momento em que se firmou no mercado e na sociedade.

roupas_agêneras_moda_unissex_Gabrielle_Chanel_en_marinière

Pois bem, na edição do SPFW 41 alguns estilistas mostraram coleções com peças agêneras, movimento que já vinha acontecendo desde a edição anterior. Pelo menos dois deles deixaram bem claro o futuro próximo da moda. Com peças amplas e cortes retos Luiz Cláudio da Apartamento 03 e Ronaldo Fraga mostraram que o gender neutral é uma realidade e a cada estação ganha mais adeptos. É o tipo de roupa que terá, inicialmente, aceitação certa pelo público gay, seja feminino ou masculino, os adolescentes (sim, peças agêneras são sua preferência), os praticantes do normcore – pessoas que prezam pelo conforto ao vestir e alguns fashionistas de personalidade forte e que realmente entendem de moda. Vamos combinar que não é um público pequeno, concordam?

apartamento05-spfw-verao17-lookbook-01-654x983

spfw_verão17_ronaldo_fraga_re_existência 4

Fotos: reprodução.